segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Bom ano novo





Depois dos cinquenta começo a achar repetitiva a inauguração de um ano que vai dar continuidade a mais do mesmo, se não for pior.
Os mídia já por aí andam com os seus habituais cenários, desenham-nos um 2016 de negros horizontes e ninguém duvida da tendência para o aumento da violência pela falta de escolas, o desemprego galopante, a precariedade da saúde e do trabalho, os impostos martirizantes e tudo isto por causa de políticos corruptos que a coberto de politicas implacáveis nos impõem, incansáveis, uma vida votada ao medo e ao silencio.
Claro que não fico feliz por este tipo de pessimismo, que as minhas palavras não demonstrem o optimismo que a maioria das pessoas usam para brindarem esta época festiva, esquecendo ou fingindo que esquecem de como foram os últimos anos e de como, talvez, sejam os próximos.
Eu mesmo respondo no mesmo sentido, desejando os votos de Boas Festas e Feliz Ano Novo, apenas para não ser desmancha prazeres. Mas no fundo, vejo que há muita coisa que não foi feita e muitas, muitas mesmo, que precisarão de ser feitas, para que o futuro possa ser realmente melhor, e é aqui que reside o meu optimismo, participar activamente num projecto que tem como final a melhoria da nossa sociedade.
Ano Novo? O que muda na vida de uma pessoa do ultimo dia do ano para o primeiro dia do ano seguinte? Na verdade, NADA! O que poderia ter acontecido de tão extraordinário nesse 1º dia que não possa acontecer num outro qualquer? Contudo se pararmos um pouco para reflectirmos o que realmente significa a expressão "Feliz Ano Novo" poderíamos perceber que na verdade ela expressa um mudança, talvez não de factos, mas de atitudes e pensamentos que nunca ocorrerão na passagem de um ano para o outro, mas sucessivamente nos dias que dele virão.
Concluir um ano é concluir uma etapa das nossas vidas, é como subirmos um degrau na nossa escada da vida ou escalarmos mais uma montanha. Quando isso ocorre é necessário parar e olhar para traz uns momentos, a analise aqui é importante, a triagem do bem e do mal, do bom e do mau, de tudo o que foi a nossa vivência deverá de ser filtrada. Claro que essa caminhada teve muitas vezes surpresas, encontraram-se pedras, espinhos, algumas vezes também flores, caminhos pavimentados, mas também esburacados, intransitáveis, alguns intransponíveis. Encontramos amigos e enfrentámos inimigos, suportámos o frio e aquecemo-nos no calor das amizades. Chorámos, sorrimos, algumas vezes rimos, ganhámos e perdemos. Tudo isso faz parte da caminhada natural de uma pessoa, a diferença reside da forma em como concluímos essa caminhada.
Algumas pessoas saem ilesas dessa jornada, outras com marcas, algumas terminam arrastando-se, outras em correria, em alegria, mas há aquelas que terminam em pranto, chorando, mas há um grupo que não termina, desistem a meio ... Não suportaram a dor nem a aflição, as suas perdas sufocaram as suas vidas e ficaram presas no meio dos espinhos ... Eu não consigo deixar de pensar nestas pessoas e de como gostaria de ter feito algo diferente ...
O ano está prestes a terminar e é hora de olharmos para traz, como vai terminar 2015? Concluindo a nossa caminhada, mesmo que com lágrimas ou sorrisos, que possamos, então reflectir sobre a nossa vida. Não importa como terminamos, se chegamos ao fim, somos vencedores, mas se percebermos que no final do ano ficámos pelo caminho ... Que os nossos sonhos se perderam pela estrada da vida, que a nossa esperança se foi com as lutas, que a alegria se sufocou com os espinhos e que as hipóteses de acreditar foram levadas pelos ventos ... ALTO! Ano novo, sim mas uma vida nova também, renovemos as nossa metas, objectivos, lutas, simplesmente ... recomecemos. Sim, façamos um novo recomeçar, Ano Novo Vida Nova, será? A vida é a mesma, intenções sentimentos e razões a serem constantemente colocadas em cheque ... cansativo, que fazer? Tudo, tudo é a resposta. O meu conselho? Faça isso mesmo, TUDO ... Mude o seu olhar para o mundo.
É preciso um olhar novo, um olhar de alteridade, de ver o outro e a nós mesmos como um só. Precisamos de um "parar e colocar em pauta" o que realmente tem importância, deixar a vida seguir o seu ritmo, o nosso ritmo e aprender a balancear os dois.
Eu? Onde estou? O que pretendo, o que quero realmente da vida? Paz, paz e tranquilidade de me saber de me conhecer e de não ter medo das minhas decisões.
Prosperidade de conquistar tudo o que realmente tem importância, amigos, verdades e acima de tudo e a cada dia conquistar-me a mim mesmo, não me deixar seguir por pensamentos orgulhosos, soberba, livrar-me da chatice e da impaciência, da certeza de estar certo, da intransigência e escutar e aprender .... Ahhh aprender, nunca esqueçam de aprender.
Comecemos, então 2016, não planeie muito, não prometa em demasiado, dê o primeiro passo no primeiro dia do ano, um de cada vez, cada dia do ano.
Todos os dias deparamo-nos com infinitas possibilidades de fazer algo diferente, de lutar para mudar o curso da nossa historia e mesmo de mudar o futuro que desenharam para nós ... Esta é a dávida do recomeço.
Quando nos despedirmos de 2015, começaremos um novo, nada de diferente, serão mais 12 meses, mais 365 dias que teremos de enfrentar para provar que estamos aqui porque somos vencedores, para passarmos a nossa mensagem de esperança, de mudança.
Mais do que nunca este é o momento de nos desprendermos do que não deu certo, do que estava errado, parar de coleccionar erros, perdas e fracassos, deitar fora os sonhos frustrados, as magoas que teimamos eternizar. Este é o momento ideal para coleccionar novos sonhos, novas metas, encher o peito de esperança e dizer:
Bem vindo a 2016

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