quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

TRÊS RAZÕES PARA VOTARMOS EM SAMPAIO DA NÓVOA



Esta campanha eleitoral tem estado excessivamente polarizada no candidato da direita, e as candidaturas opositoras têm caído no erro de centrar a atenção nessa figura, gastando mais tempo a criticá-la do que a valorizar os méritos próprios. A direita e o seu candidato, naturalmente, agradecem esse tempo de antena gratuito. Acontece, porém, que se há razões de bom senso e de imperativo político para não se votar no candidato da direita, também há excelentes razões, positivas e não apenas negativas, para votar na única alternativa politicamente sólida e credível. Essa alternativa é Sampaio da Nóvoa, e vale a pena enumerar os motivos pelos quais os votos que lhe dermos no Domingo não serão simplesmente votos negados à direita.

A primeira razão para votarmos em Sampaio da Nóvoa prende-se com o facto de que, entre os vários candidatos, ele é o único que reúne condições para devolver dignidade à função presidencial, uma dignidade que o actual ocupante da Presidência da República se encarregou de degradar sistematicamente ao longo dos dez anos de duração dos seus dois mandatos. Com efeito, nunca, nas quatro décadas da nossa democracia, um Presidente levou tão longe (ou tão fundo) o esvaziamento dos seus poderes constitucionais como Cavaco Silva, e nunca antes um Presidente se comportou de forma tão tortuosa e mesquinha na cena interna e tão pusilânime no cenário internacional (recordemos, como um momento dificilmente ultrapassável em baixeza, a forma cobarde como Cavaco reagiu às declarações ofensivas do Presidente Vaclav Klaus aquando da sua visita à República checa em 2010). Essa pusilanimidade só foi superada no enviesamento politicamente torpe com que Cavaco caucionou todo o ataque, protagonizado pelos governos de Passos Coelho, aos direitos sociais e laborais consagrados na Constituição, um enviesamento que culminou no facciosismo com que reagiu a todo o processo conducente à formação do governo de António Costa. Vai ser muito difícil recuperar a imagem pública e a relevância política do cargo presidencial perante os danos profundos que Cavaco lhe infligiu. Mas Sampaio da Nóvoa é a figura indicada para o fazer, dadas as suas qualidades pessoais de probidade, de equilíbrio, de sensatez e de elevação ética, qualidades fundamentais para restituir a necessária gravitas que esteve dramaticamente ausente da função presidencial nestes últimos dez anos.

A segunda razão para darmos o nosso voto a Sampaio da Nóvoa remete para a sua postura ético-política, atestada por toda a sua biografia. Tudo aponta para que Sampaio da Nóvoa seja um defensor intransigente da Constituição, particularmente no que toca aos direitos e liberdades nela garantidos e que tão espezinhados foram no passado recente por interpretações abusivas do texto constitucional e por tentativas constantes para o torpedear, às quais o actual detentor do cargo presidencial assistiu impávido e sereno, quando não de forma cúmplice. Alguns críticos de Sampaio da Nóvoa acusam-no de manter um discurso excessivamente carregado de boas intenções e politicamente inócuo. Ora, o que Sampaio da Nóvoa tem feito é insistir no primado de valores éticos essenciais ao funcionamento da nossa democracia, tanto no plano político como no plano social. E é preciso estarmos anestesiados pelo cinismo e pela desesperança, dois vírus que tomaram conta da vida nacional, para encararmos, com menosprezo, o discurso de um homem que não faz mais do que tentar reintroduzir nessa mesma vida os tais valores que a arrogância de Passos Coelho e dos seus mandantes tudo fizeram para destruir ou perverter.

Há ainda uma terceira razão para votarmos em Sampaio da Nóvoa. E essa razão consiste em podermos dar, todos nós, um contributo para tornar a democracia portuguesa mais adulta e mais amadurecida. Quando toda a comunicação social, num tom uníssono comandado pelos grandes interesses económicos que se apropriaram dos jornais e das televisões, se esforça por levar ao colo o candidato da direita, quando muitos comentadores avençados querem fazer passar como inevitável a eleição de uma figura que andou anos a ser promovida como “entertainer” nacional, e quando muitas vozes consideram impossível que os portugueses escolham um homem como Sampaio da Nóvoa, com um percurso digno mas discreto, longe dos holofotes da publicidade comunicacional, seria uma tremenda lição de democracia e de maturidade política que os eleitores dessem o seu voto maioritário precisamente a esse homem e não ao sabonete apalhaçado que a comunicação social pretende vender. Todos nós, cada um de nós, podemos contribuir no próximo Domingo para que essa lição seja uma realidade.  

 


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