sábado, 21 de maio de 2016

A terra dos "ratos"






"A Assembleia dos Ratos
Era uma vez uma colónia de ratos, que viviam com medo de um gato, resolveram fazer uma assembleia para encontrar um jeito de acabar com aquele transtorno. Muitos planos foram discutidos e abandonados. No fim um jovem e esperto rato levantou-se e deu uma excelente ideia; a de pendurar uma sineta no pescoço do gato. assim, sempre que o gato tivesse por perto eles ouviriam a sineta e poderiam fugir correndo. Todos os ratos bateram palmas: o problema estava resolvido. Vendo aquilo, um velho rato que tinha ficado o tempo todo calado levantou-se de seu canto. O velho rato falou que o plano era muito inteligente e ousado, que com toda a certeza as preocupações deles tinham chegado ao fim. Só faltava uma coisa: quem ia pendurar a sineta no pescoço do gato?

Moral da história:
Falar é fácil, fazer é que é difícil."

A conquista da liberdade é algo que faz tanta poeira, que por medo da confusão, preferimos, normalmente, optar pela arrumação.
Por cá andamos todos preocupados com o rumo das nossas vidas, preocupados com os afazeres que nos ocupam uma grande parte do dia, e aprendemos bem a lição, fiquemos confortavelmente apenas a olhar para o nosso próprio umbigo, esqueçamos os reboliços que lá fora na rua acontecem, esqueçamos os desesperos, as misérias, esqueçamos tudo desde que nada nos falte.
Alguns calam-se e encolhem o ombros numa perfeita submissão, outros utilizam as palavras em surdina de forma a calar um pouco os medos que os afligem, temos os de "voz grossa" com criticas e ideias espinoteadas mas mantendo tudo em seu redor arrumadinho, existem muitos que sabendo que tudo vai mal, desviam as suas ganas para outras coisas, depois, muito depois vêm aqueles que sabem, que ouvem, que sentem e se predispõem a enfrentar o medo que nos impõem e avançam de forma a "pendurar o raio da sineta no pescoço do gato".
É assim mesmo, nesta Europa, nós, portugueses, somos uma sociedade de "ratos" sabemos que o "gato" está do lado de fora, que é preciso neutraliza-lo, que tudo vai mal, sabemos que tudo terá de mudar, sentimos que estamos a ser vitimas de uma guerra em que a arma principal é o Euro e, apesar de tudo, perdemo-nos em questiúnculas estapafúrdicas, em orgulhosinhos de meia tigela e dramas futebolísticos mas tirar a porra do traseiro do sofá ... isso é que não !
O que é preciso mais fazer para que deixem apenas de falar e comecem a fazer algo que vos valorize?

1 comentário:

  1. Somos (portugal) ainda uma sociedade submissa de débil identidade colectiva. Cada um (muitos de nós) deixou-se (des)promover a explorador-de-si-mesmo... desinformados consumistas dominados mas crentes que decidem com "livre escolha"... medrosos, tementes e até culpados de "pecados" não seus... Mais do que pelo afecto , a solidariedade e cidadania , é dominante a relação de propriedade, de posse, mesmo nas relações de proximidade, de parentesco e de "intimidade"... Não é valorizada a procura da informação e o conhecimento, a ela e a ele é preferido o "receituário" , o "pronto a consumir"... É preciso promover , provocar, o ACORDAR... O importante , difícil mas urgente, é ganhar , despertar os "ratos" e mobilizá-los para a "evidência" de terem que agir para "pendurar a sineta..." ... Não basta ter razão é preciso encontrar os caminhos que levem à Acção...

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